terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um dia como os outros

E o Mateus se encontra mais uma vez aqui, para o seu momento de reflexão e vejam só, agora são 10:25 da manhã pelo horário de Brasília e sim, eu estou escrevendo de manhã após muito tempo.
No momento uma calmaria anormal na esquina de casa me assusta pois está um lindo dia, uma bela manhã de primavera neste peculiar inverno Gaudério. 

As eleições estão chegando mas não vou falar delas;
As olimpíadas passaram mas não vou falar delas;
O fim do mundo vem aí mas não vou falar dele;
O café acabou mas não vou falar disto.

Hoje em dia as pessoas se governam demais, hoje em dia planejam demais e acabam vivendo uma vida que além de não gostarem é uma vida monótona, chata e nada divertida. 

O rapaz acorda, toma um café rápido, se veste e sai pro trabalho com um medíocre "tchau" para a esposa que também está na pressa de se arrumar, ele deixa um chocolate para ela, aquele que ela mais gosta, com recheio de morando, como pedido de desculpas e vai. Ela fica ali, querendo mais um abraço, um beijo, um carinho mas com a aceitação de que o marido tem seus deveres fora de casa. Ele compra o jornal do dia na banca mais próxima, passa os olhos por cima para notar algo que lhe interesse, deixa cair alguns papeis sem importância na rapidez que caminha para chegar a tempo de deixar a mesa do chefe arrumada para quando o mesmo chegar.
Ela toma seu banho e um café rápido seguido de uma fruta qualquer, pois ela além de tudo é uma pessoa saudável, se veste e sai de casa também. Ambos apaixonados, ocupados e endividados. O dia passa naquela movimentação normal, ele mimando o chefe e cobiçando o fim do expediente e ela cuidando dos recém nascidos do hospital mais próximo. Adorar o chefe e cuidar de crianças é cansativo, e por isso que no fim do dia, quando tudo acabou, aquele casal chega em casa e não vê animo algum para o amor, o carinho e a paixão que esperam um do outro desde o chocolate deixado sobre a mesa. Exaustos eles apenas pensam em uma ótima noite de sono, tudo que eles queriam era acordar no dia seguinte e não ter que se arrumar para chefe algum, era poder brincar na cama com carinhos e abraços antes de sair dela, se divertir dançando na cozinha enquanto o café passa, à tarde uma ida ao parque, deitar na grama e ver o tempo passar e para finalizar um belo jantar acompanhado de vinho e um ambiente agradável. Mas eles não desfrutam disto à muito, apenas chegam, trocam de roupa, comem algo e se jogam nas cobertas para dormir e esperar mais um dia como todos os outros, chato, triste e sem amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bóra Chicão!