segunda-feira, 10 de outubro de 2011

#oretorno



" A vida me ensinou que amores eternos podem acabar em uma noite, que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos, que o amor sozinho não tem a força que imaginei, que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno, que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos, que os poucos amigos na queda, são muito mais fortes que os muitos que te empurram, que o "nunca mais" nunca se cumpre, minha família com suas mil diferenças, está sempre aqui quando preciso, que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que mundo é mundo. "

segunda-feira, 16 de maio de 2011

aos magros;



Hoje vim defender a minha classe, talvez a classe mais esquecidade pela sociedade.

Gente que como eu não é lembrada em programas de saúde, nem é tema de reportagens do Fantástico. Um povo com problemas, e que ninguém dá importancia para esse mal, acham um problema pequeno demais para ser discutido no Globo Repórter.

Os magros que não conseguem engordar.

Ser obeso, não praticar esportes, frequentar o Mc Donalds diariamente, e ver sua história em revistas que tratam de saúde já é clichê demais. E emagrecer com absoluta certeza é mais fácil que engordar, para alguém que como eu tem um metabolismo ágil demais.

Não em todos, mas acredito que no meu caso isso se deve à genética. Ao contrário do que todos falam e pensam, nós magros não passamos fome, comemos bem, as vezes até mais do que alguém livre desse mal.

O que devemos fazer é apenas nos conformar com essa condição para o resto da vida.
- Eu nunca terei barriga de cerveja!

E por mais que isso seja um problema, eu digo certamente que prefiro ser assim, com as costelas à mostra. Prefiro quebrar minha cama fazendo sexo, do que quebrá-la sozinho apenas com meu próprio peso.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Colegas, Amigos, Irmãos!

Manhã quente de 10 de novembro de 2009 quando no centro de Porto Alegre vindo da estação Mercado do Trensurb, pela primeira vez de muitas viagens matinais, na altura do número 321 da Borges de Medeiros, cheguei ao meu novo emprego, a Paquetá 33, por onde permaneci por exatos 18 meses.

O primeiro a encontrar lá foi o Eduardo, abrindo a loja. Um colega meio desligado e engraçado fomos colegas por pouco tempo até ele trocar de loja, pouco como ele conheci também o Giuliano, o Felipe, o Juliano e o Rodrigo, este último mando um abraço, meu professor das funções do estoque.

Antes de continuar deixo, beijos e abraços aos metidos da 1 e da 2, aos inimigos da 104, aos vizinhos da 4 e aos colegas feios e lindas colegas da 14 e da 60. Cito também a direção da empresa, Almada, e aos queridos parceiros dos meus amigos, desejo muitas felicidades: Patrícia Virgili, Felipe Ancinello, Diego Tomczak, Gabriel Velho, Thiago Schenkartczuk, e as outras todas morenas claras e namoradas do Bob.

Bueno! O Wagner, grande pessoa, frases míticas, madrugadão do balanço, tour de taxi na zona sul. Hey Herval vai comer quem desse jeito? Cláudia, Raquel e Luciane merecem serem lembradas, as donas da loja, a máfia, boas brigas, sorrisos falsos, dedos na cara, cafés roubados, mas ao fim de tudo ficam os bons momentos. Um beijão pra Lúcia, a minha frô e sua incansável alegria, nunca a vi triste, nem quando seu Grêmio perdia, o que é bem freqüente.

Willian e Adriano, bons amigos que deixo na loja, de início não gostei de nenhum dos dois, nada que um domingo em Cidreira e uma noite de Whisky no Adegas não mudasse meu conceito, abração gurizada!

Ao fundo da loja, chego ao caixa onde sempre me lembrarei de três queridas amigas: Aline, Bia e Jô. Aline a coordenadora querida, de tantas brigas por notas fiscais, super querida subchefe, tão amada assim como a Beatriz. De abraços apertados e textos criativos pelos murais do estoque. E Joana, o que dizer da querida Joaninha, bons almoços, boas piadas, boas cervejas, mas que nunca me trouxe aquilo que eu pedia da rua, lembra Joana?

Janete, a poderosa chefona, sempre me apoiando, me fez crescer muito, tanto pessoalmente e profissionalmente, pessoa que levo no coração, e a quem agradeço a oportunidade, Saudades Janetona!

Não tenho palavras para descrever estas próximas cinco pessoas, mas tentarei: Andersson, Robson, Aline Velho, Graciela e Sheila.

Aline Velho. Lembro-me dela, ainda na minha entrevista, amiga desde o principio, engraçada, companheira, pessoa na qual sempre me identifiquei. Houve época em que tentaram nos juntar. Querida Aline, e suas histórias cômicas. Grande pessoa, grandes conselhos, grande saudade.

Graciela. Entrou praticamente comigo na empresa, gremistinha amada, quietinha, educada, de piadas leves e viagens de trem lendo seus livros e poucas conversas, sempre meio envergonhadas, mas que com esse jeitinho conquistou todos a sua volta.

Andersson. É uma daquelas pessoas que classifico como irmão. Desde sempre fui assíduo freqüentador de sua casa, pai da linda Julia que será muito feliz como ele, e muito linda, diferente dele. Itaqui, meu amigo de jogos no Beira-Rio, muita cerveja e churrasco. Na sua casa eu tenho até quarto, só ficou me devendo o adesivo no carro junto com a família. Sentirei falta de quem conversar sobre o Inter, sentirei saudades dele juntando moedas para os lanches da tarde, amigo sempre feliz, exceto nas lágrimas que vi no dia do Mazembe.

Robson. Meu ex-tio perdido no mundo, meu companheiro de carnaval em General Câmara, perto dele me senti como tendo um irmão mais velho. Robson e seus contatos, OEEEE! Abraço mais difícil no dia em que fui embora, meu bruxo, meu amigo mais louco, nunca vou esquecer-me do dia em que levou uma galinha inteira pra almoçar, e seu pote que precisava de 5min no microondas pra ficar quente. Torço por ti amigo!

Antes de finalizar preciso pedir desculpas a todos, em especial aos quatro últimos, Graci, Itaqui, Velho e Bob. Pois sei que poderia ter sido mais próximo de vocês, sei que somos grandes amigos sim, mas de certa forma me afastei de todos por um certo motivo e não ficarei bem se não pedir desculpas a vocês. Motivo esse que tem nome...

Sheila. Não me lembro bem à primeira vez que a vi, mas nunca esquecerei seu jeito de meigo à irritante. Certa vez ela me disse que o motivo de termos entrado na empresa, foi para nos conhecermos. Meu horário de almoço definia-se como: Junto com a She! Meu bem que sempre soube me deixar bem, amiga de tantas brigas sem motivo, e de mesmo gosto musical. Tantas balas de goma azedas, Coca-Cola, Cervejas, Chocolates, Halls, e muitas outras recordações e momentos que não precisam serem citados, pois o coração sempre guardará com amor.

A todos os lembrados e esquecidos, homenageio com esse mero texto, pelos aniversários com bolos na cozinha, pelos jogos da Copa no Mercadão, pelo domingo de futebol na Restinga, pelo domingo no Sítio da família Lima, as felizes manhãs de segunda, e as intermináveis semanas, as pesadas cortinas de ferro, e a poeira do carpete. Obrigado por tudo!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Frio, vento e os Solteiros


O frio bateu novamente à porta dos gaúchos, sim, ele sempre chega nas ocasiões perfeitas, na época em que o sol está cansado de agir sozinho.

Os termômetros caem ao chão, sempre após os festejos da ressureição de Cristo, pra fazer companhia aos peixes fritos e vinhos suaves da época.

Ele vem pra embelezar a semana em que o povo passa comendo os chocolates que sobraram da Páscoa. O 'psicológico' frio vem também, com o Dia das Mães, churrasco em família, presente, avós e o vento gelado.

É nesta bela época do belo outono, em que os namorados passeiam com suas cuias de chimarrão pelos parques da cidade e a noite se aquecem sob edredons assistindo quaisquer novelas ou comédias romanticas.

Nesta época também os solteiros, tiram os moletons velhos do armário, comem chocolate, tomam vinho, presenteiam suas mães, tomam chimarrão pelos parques. Porém sua única companhia para novelas ou comédias romaticas, é tão somente, seu edredom.

Bom Frio à todos, solteiros ou namorados.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

apaixonado novembro;

Eu tive sorte no apaixonado novembro com teus pés calçando o mesmo solo que eu. Eu tive azar tão e somente pelos medos que uma mudança causa, simplesmente pelos riscos. Tive motivos pra acreditar, que existe gente com medo arriscar. Eu tenho motivos pra acreditar nisso.


Eu tive sono quando eu dormia, pois meus dias e noites têm tanta paz que é como se um anjo me guardasse quando durmo. Tive amigos que não queria e inimigos que ainda quero bem; pessoas naturalmente aproximam-se ao ver olhos brilhando de vida.


Mas como você eu nunca tive ninguém, Como você eu nunca tive ninguém!


Eu tive tempo, tempo muito bom que certamente voltará, eu tive prazos pra tentar acertar. Fiquei com medo de estar errado, medo sim, e a dúvida de um erro que poderia ser corrigido. E hoje vejo o "certo" atrasado; e se é certo, nem que demore, mas um dia conserta-se.


Tive traumas irreparáveis, lágrimas escorridas com gosto de amor, e uma alegria irretocável, a velha e alegre alegria que nunca envelhece. E que espero manter daqui pra frente...


Mas como você eu nunca tive ninguém

sábado, 26 de março de 2011

Pizzas e Esperas

Começo a escrever este texto pra que o sono venha, afinal eu preciso do dia de amanhã. Amanhã será dia de Inter fora de casa na Libertadores, fora do horário da Globo, ou seja é dia de ir ver o colorado fora de casa, e amanhã será mais do que isso, será dia de pizza da tia Iva.
As pizzas da tia Iva. Quem não tem uma tia Iva não é realmente feliz, verdade mesmo ela não é verdadeiramente minha tia, mas mesmo assim faz as melhores pizzas do planeta.

Bom, o meu grande atual problema, tirando o computador estragado, é o fato de antes do jogo, antes das pizzas, eu ainda tenho que vencer uma imensa noite dormindo, 8h de trabalho, e 1h extra de Bruna, passeando com ela de ônibus por Porto Alegre/Canoas. Longos e arduos - brincadeira Bru- minutos que serão recompensados com magnanimos pedaços daquela de calabresa, e aquela de chocolate com morangos, acompanhadas do Padaria atirando suas atiradas no ar, e a Mari boiando mais que mosca na Coca-Cola.

E a Janda? A Janda, uma das dez pessoas que você precisa conhecer antes de morrer. Ela com suas conversas afastadas do futebol, mas sempre querendo parecer interessada no jogo, e sim, ela está mais interessada que a Brenda, que ficará no Orkut durante as exatas 2h do jogo, e só largará o computador durante as pizzas, afinal ninguém resiste as melhorespizzasdomundo.

Não Renata, você não merece ser citada. Ingrata

Bom, acho que consegui, me sentei em frente a TV, pra tentar achar meu sono e acho que consegui, me empolguei e escrevi mais do que planejava.

Quem nunca foi dormir cedo pra chegar mais rápido um momento aguardado?

As vezes o tal acontecimento será em uma semana, um mês, e nesses casos esperamos com mais ansiedade ainda.

Um belo tempreo pra época de vidas tão rotineiras, os belos flashs das nossas histórias. Peço apenas para cuidas e não esperar a vida toda, sem aproveitar o presente, afinal, a vida é uma festa e na lista de convidados o tempo não entra sem presente.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Bicicletas e Guarda-chuvas

Hoje acordei com vontade de falar de bicicletas, e de andar de bicicletas também.

Porém a quinta-feira amanheceu, entardeceu e anoiteceu chuvosa, e como disseram no Fantástico, apressar-se na chuva molha mais, não que eu dê bola pra isso.
Com bicicleta ou sem bicicleta eu não uso guarda-chuva. São poucos os momentos em que tenho pra me sentir "natural"! (#momentogay), fora dos dias de trabalho, crachá, uniforme, regras e leis. Então porque não se molhar nos dias chuvosos?

Algo tão bom quanto biciletas.

Pedalar cansa, é tão simples, pobre, naturista e suável, que eu não sei porque gosto. Se bem que já fazem alguns outonos que não bicicleteio por ai, porque tenho um cotidiano urbano demais (notasse: eu tenho um blog) e porque roubaram minha "magrela".

Sem bicicleta, sou obrigado a caminhar na chuva, mas isso não me faz mal, me faz respirar melhor, muito melhor que o sujeito que a roubou. Este já deve estar morto, de tanta droga que enfia no c*

quinta-feira, 3 de março de 2011

que venha o carnaval

Preciso me libertar antes do carnaval,
Preciso desabafar.

"
Onde eu sinto as estrelas explodirem em volta de mim

Já fazia tanto tempo, não sabia que ia ser assim. Minhas mãos ainda gelam, meus lábios ainda tremem, meu corpo ainda flutua, as borboletas ainda insistem em aparecer. Minha fala trava, mas minha vontade desata. Meu corpo quer permanecer em pé, mas minhas pernas parecem ignorá-lo. Mesmo que eu tente deixar pra lá, meu olhar insiste em bater de frente com o teu.

Às vezes eu tento seguir outro caminho, mas esse teu cheiro não deixa. Quando estou decidida a tomar outra direção, sinto esse teu perfume, que me arrasta e me faz ficar anestesiada, incapaz de pensar em mais nada.

É quando decido matar a vontade de dizer “ei, eu sinto tua falta”. Mas aí um sentimento ruim, meio avassalador, toma conta de mim e me faz apenas virar as costas e sair, como se nada mais importasse.

Já tentei de tudo. Por último venho tentando tornar o sono, meu aliado nessa guerra contra essa angústia. Deito, penso, logo o sono vem e eu me entrego a ele. Mas antes disso, sempre tomo calmantes, pra dormir um sono profundo, sem correr o risco de sonhar.

Logo quando acordo e abro os olhos, tua imagem me vem a cabeça, juntamente com a de nós dois, e dos nossos momentos. É como uma montagem, feita por computador: todas as imagens se juntam, estão sempre coladinhas. Aí eu resolvo aceitar e dizer a mim mesma que não adianta mais me enganar, sendo que nada do que faço poderia amenizar essa sensação.

Muita gente já me disse que orgulho, medo ou vergonha, não levam a nada. Que eu devo arriscar, caso contrário, esquecer. Pois bem, falar não é nem um pouco desconfortável. Difícil é sentir na pele. É que dói, dói muito. Dói não ter certeza do que eu quero. Dói não poder imaginar o que se passa pela tua cabeça em cada instante.

Tu deves pensar “como ela tá bem, nossa”, mas é bobagem, tudo aparência. Todos sabem como é esse meu jeito de não demonstrar o que sinto e parecer sempre bem.

Nada mais está certo, são coisas acumuladas. Dúvidas, dúvidas, dúvidas e uma única certeza: Muitas pessoas podem passar pela minha vida, de vários jeitos, vários temperamentos, vários estilos… Algumas delas vão me completar, de alguma maneira e meu coração pode até se manifestar. Mas nenhuma delas vai conseguir preencher o vazio, nenhuma vai conseguir me fazer sorrir como eu sorria antes. E meu coração nunca mais vai se atrever a soltar aquelas batidas, que apenas com o olhar, tu conseguias convencê-lo a soltar.

@aquelasleticia"

Um bom carnaval à todos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Casa de Praia

Era uma casa muito engraçada, tinha teto e paredes todas pintadas, quase um carnaval, até o banheiro foi colorido.

Ninguém podia entrar nela não, porque em alguns feriados a casa lota tanto que chegam a ter 30 pessoas onde cabem 6!

Ninguém podia dormir na rede, por causa dos mosquitos assassinos. Sem falar que a maioria dos veranistas não dormem, só farream.

Ninguém podia fazer pipi, porque faltou luz, e daí o motor não puxa água do poço pra descarga

Mas era feito com muito esmero; Um cantinho que todos amam, e não passam um verão sem habitar. O local onde os primos distantes se veem, onde as tias trocam toalhas, onde cada café da manhã são comidos 25 pães e um baralho de cartas é pouco pra um fim de tarde relaxante;

É o local onde os celulares ficam todos esquecidos sobre a estante da TV, os tênis ficam jogados sob a cama aguardando o dia de voltar pra capital, e a bola de futebol nunca para, nem mesmo no almoço...

Na Rua..
General Artigas 189;
Duarte da Costa 603;

Ou em qualquer outro endereço onde o vento do litoral nunca para e areia queimando a sola do pé é motivo de diversão!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O espelho

Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata. Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos:


- Mas o que é que o retrato do meu pai está fazendo aqui?
- Isso é um espelho – explicou o dono da loja.
- Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.
Os olhos do homem ficaram molhados.
- O senhor...conheceu meu?! – perguntou ele ao comerciante.
O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira.
- É não! Respondeu o outro. – Isso é o retrato de meu. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito.

O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho.

Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira.

A mulher ficou só olhando.

No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando..

- Ah, meu Deus! – gritava ela desnorteada. – É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim! A outra é linda demais! Que olhos bonitos! Que cabeleira solta! Que pele macia! A diaba é mil vezes mais bonita e mais moça do que eu!

Quando o homem voltou, no fim dia, achou a casa toda desarrumada. A mulher, chorando sentada no chão, não tinha feito nem a comida.

- Que foi isso, mulher?- Ah, seu traidor de uma figa! Quem é aquela jararaca lá no retrato?
- Que retrato? – perguntou o marido, surpreso.
- Aquele mesmo que você escondeu na gaveta da penteadeira!

O homem não estava entendendo nada.
- Mas aquilo é o retrato de meu pai!

Indignada, a mulher colocou as mãos no peito:- Cachorro sem-vergonha, miserável! Pensa que eu não sei a diferença entre um velho lazarento e uma jabiraca safada e horrorosa?
A discussão fervia feito água na chaleira.

- Velho lazarento coisa nenhuma! – gritou o homem, ofendido.
A mãe da moça morava perto, escutou a gritaria e veio ver o que estava acontecendo. Encontrou a filha chorando feito criança que se perdeu e não consegue mais votar pra casa.
- Que é isso, menina?
- Aquele cafajeste arranjou outra!
- Ela ficou maluca – berrou o homem, de cara amarrada.
- Ontem eu vi ele escondendo um pacote na gaveta lá no quarto, mãe! Hoje, depois que ele saiu, fui ver o que era. Ta lá! É o retrato de outra mulher!

A boa senhora resolveu, ela mesma, verificar o tal retrato.
Entrando no quarto, abriu a gaveta, desembrulhou o pacote e espiou. Arregalou os olhos de novo. Soltou uma sonora gargalhada.

- Só se for o retrato da bisavó dele! A tal fulana é a coisa mais enrugada, feia, velha, cacarenta, murcha, arruinada, desengonçada, capenga, careca, caduca, torta e desdentada que eu já vi até hoje.
E completou, feliz, abraçando a filha:- Fica tranqüila. A bruaca do retrato já está com os pés na cova!


Conto popular chinês

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Highway

Os dias são apenas números, as marcas são substituídas cada vez mais por séries de números, e o que eu mais temia aconteceu: virei só mais um número. Ou talvez tenha sido pior, talvez eu nem tenha entrado na tua conta.

Cada vez mais as horas, os dias e os números passam e eu não posso fazer nada. Ninguém pode. Talvez eu não faria por mais que pudesse. Me acostumo fácil a me acostumar com as coisas.

Ninguém por perto, silêncio no deserto. Deserta Highway.

Adianta mesmo ser livre? Humberto Gessinger disse que não. É claro que ele pode “estar completamente enganado”, então ficamos com mais uma dúvida. É inútil ter certeza. É inútil ser como eu sou, sentar e conviver com a tristeza acreditando que a felicidade está muito longe para correr atrás. É inútil ser como você é, correr e correr só pra se perder.

Como ficar no meio termo?

Arrume uma resposta.

Corra atrás dela.

Ou fique sentado infeliz.

É a lei da Highway.

. . . . .

texto retirado de 'Aprenda a nadar.'

por @roselobell

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Este texto é sobre cortar as unhas...

É sobre cortar gastos,
Cortar desejos possíveis que não emocionam a vida.

Cortar o fio do ventilador, E abrir a janela pra deixar o vento do mundo entrar.

Cortar a operadora de celular, que te oferece conversar por torpedos,
Ao invés de falar pessoalmente.

Cortar da sua seleção de músicas, novidades intediantes que todos escutam,
E selecionar velhas canções que te fazem lembrar os melhores momentos da sua vida.

É sobre cortar os sucos de abacaxi,
E tomar mais Coca-Cola, sem se preocupar se fazem mal para os ossos.

É sobre cortar a sua mãe! Ops.. A mãe não!!!

É sobre cortar as pernas da sua calça, pra deixar as pernas livres ao vento, É sobre cortar as mangas da sua camiseta pra deixar as axilas expostas pro mundo.

É tambem sobre não cortar as unhas pra arranhar alguém na hora do sexo,
É sobre cortar o regime e não cortar as gorduras,
É sobre cortar as coisas que te fazem comum.



...antes que o cara lá de cima perceba que tu não anda aproveitando bem a vida, e resolva te tirar daqui.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um eu lírico

Se eu sento na poltrona sob o ventilador de pernas cruzadas
Se me escoro na janela pra assistir a chuva cair
Se arranho na cruzadinha da Zero Hora
Se ouço Beatles, Wonders e Beach Boys
Se viajo de metrô lendo quaisquer livro
Se me interesso pelo Jornal Nacional
Se me divirto com o Programa do Jô
Se odeio o Big Brother


Só porque não prefiro o Orkut
E gosto de filmes clássicos


Se me sinto bem na rua acompanhado de uma noite quente
Se telefones celulares me anojam
Se eu não piso em formigas sem motivo
Se eu gosto do inverno, edredons e chocolate quente
Se eu sei que o ovo veio antes que a galinha


Nada!

Nada disso me torna mais inteligênte
Nada disso me torna melhor que ninguém;


Apenas pior;
Quando o café termina.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Meu primeiro abraço quente


Não faz nem dez minutos, estava eu sob o chuveiro e sobre o tapete de borracha quadriculado e encardido de banheiro. Sem motivo veio a minha cabeça automaticamente, talvéz a minha primeira lembrança de um tapete de borracha quadriculado e encardido de banheiro me causando marcas embaixo dos pés;

Era inverno e eu me tremia inteirinho no chuveiro da casa da minha vó lá no Partenon naquela fria noite de julho de 2001, porém o frio e o tapetinho não diminuiam em nada a felicidade que eu sentia. Tinha vindo de talvéz a melhor e mais épica tarde da minha vida até aquele momento e talvéz até hoje.

Melhor que meu primeiro beijo, minha primeiro transa, a primeira vez que joguei videogame, o dia em que meu time foi campeão do Mundo, o dia que conheci Florianopolis, enfim...


Eu estudava na Escola Nossa Senhora do Brasil desde a 1ª serie, e estava na 6ª serie, era o ano que me despedia dos amigos, pois em 2002 viria morar onde moro hoje. Todos ficariam e só eu estava saindo, era o clima de fim de festa no meio dos outros que continuariam suas vidas normalmente até a 8ª.

Como todo inverno no Nossa Senhora, ocorriam os 'Jogos de Inverno'
Em 2000 tinhamos vencido os Jogos de Inverno (leia-se somente Futsal) com "épicas" atuações minhas nos 4 jogos, a medalha de ouro e as colegas todas gritando nossos nomes nas arquibancadas do ginásio de esportes. Eu não pensava em mais nada desde março de 2001, à não ser vencer mais uma vez o torneio e ir embora bi-campeão (lembrei dessa história também quando conheci o Mazembe).

Os principais adversário era a turma 62, vice-campeões do ano passado, porém na semi-final veio um trágico 2x0 que nos tirou da final, e assim como nós a 62 perdeu também.
Quis o destino que o ultimo jogo da minha vida no ginásio de esportes do Nossa Senhora do Brasil fosse contra eles, e mais: o time do Lucas.

Ele gostava da Marcelle e a Marcelle gostava dele.
Como que ela gostava dele se ele era de outra turma? Não tem lógica!
Eu morria de ciúmes e queria fazer de tudo pra ela me notasse apenas uma vez antes de nunca mais à ver.

Com coragem tirada de onde eu nunca mais achei, pedi dinheiro dois dias antes pra comprar uma camiseta toda branca da lojinha da praça. Escrevi em letras grandes e bonitas (sempre tive letra bonita e não sou gay) o nome dela: 'Marcelle'.

Nunca fui de jogar bem, era um mero coadjuvante no time do Matheus, Leonardo, Anderson, e o Pedro. E nunca vou conseguir explicar como fiz aquilo. Três gols. 3x0. E a coragem de mostrar o nome dela na camisa só veio no terceiro gol!

Eu e ela nunca fomos próximos, mas eu nunca vou esquecer o abraço quente que eu recebi aos 11 anos de uma das gurias mais lindas que eu já conheci. Cabelinho escuro, pele branquinha, olho claro, batom rosa e buchecha maquiada, o abraço de quem nunca tinha feito algo assim pra ela. Ficamos amigos até dezembro e ela continuo gostando do Lucas. Eu guardei aquela camiseta com uma manchinha do baton rosa dela no ombro, de quando baixou a cabeça e encostou em mim.

Desde então nunca mais a vi, mas me lembro como se fosse hoje, em cada vez que piso em um
tapete de borracha quadriculado e encardido de banheiro.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Panapaná


O verão tá rolando solto pelo Brasil afora.
Junto com todo aquela espiríto da estação, este ano algo me chamou a atenção.

Talvéz somente tenha notado isso no meu vigésimo primeiro verão por ser este meu primeiro verão tatuado.

Pela temperatura da estação as roupas são torrencialmente diminutas, principalmente nas mulheres. Eu como mais um tatuado do mundo passei a reparar mais nos desenhos agulhados nos corpos alheios.

Muito desenho mal feito, alguns dragões, fenix, nomes de ex-namoradas, homenagens à pais e filhos e mais muitos desenhos japoneses sem sentido, porém um tipo de tatuagem me chamou a atenção pela grotesca quantidade de mulheres que aderiram à...

Tatuagens de Borboletas!

Pra cada um desenho de sol, flor, estrela, ou tribais, há dez tatuagens de borboleta.
Talvéz seja alguma seita religiosa de culto a borboleta;
Talvéz algum sinal de dominação alienigina na terra;
Talvéz este seja o milênio da borboleta;
Talvéz porque o coletivo de borboleta, é um nome engraçado;
Ou simplismente por que não há nada mais borboletante pra se fazer da vida.

Mas o fato é que entre as tatuadas do mundo, a porcentagem de borboletas têm sido esmagadora ultimamente.
Os estudios de tattoo aborboletaram-se.
O mundo está virando um imenso Panapaná






PS. Minha mãe tem uma borboleta azul tatuada nas costas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

É...

É... verão.
O sol exaustivo da metrópole e gozável do litoral têm me deixado sem cabeça e afastado deste blog.

Portanto estarei ausentado daqui neste mês, voltando as atividades normais em fevereiro.

E se saudades sentires das minhas bizarrices -> @marcusduarte
Beijos!