quinta-feira, 17 de maio de 2012

O quase-inverno.

Está aberta a temporada de casacos, cafés, vinhos, pés gelados, versões de On the Road para (re)ler e discos antigos para escutar. Afinal, hão de concordar que o último mês de outono já é, para nós sulistas, o começo do tão aguardado inverno.
E é inevitável, com a chegada dele, a chegada dessa dor cinza que deve durar até setembro, dessa dor fria que congela mãos tímidas. Não há companhia momentânea que esquente. Nem os transeuntes no calçadão às 7:30 da manhã, nem aquele carinha interessante que toca Neil Young em algum lugar à 1:43 da madrugada. Nada tem calor.
É uma dor fictícia. É um vazio, e sentir esse vazio é paradoxal. Entendam-me, não falo de uma dor depressiva ou algo assim, apenas de uma consequência do inverno, como tantas outras, como aquelas descritas na primeira linha. Essa solidão que transforma tuas noites em monólogos.
Mas te digo que tudo continua indo bem. Garrafas de Bourbon serão bebidas e romances serão alugados e devolvidos sem serem vistos, e assim vamos superando as manhãs pelo calçadão e noites com covers de Neil Young.
E setembro tá quase aí.

4 comentários:

Bóra Chicão!